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Sobre inspirações

  • victoriacostag
  • 6 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 23 de mar.

Jamais me cansarei de repetir que fotografias são sobre histórias, portanto, conectar-se com o trabalho de um fotógrafo é conectar-se com sua história. Tudo e todos que um dia passaram pela minha vida estão refletidos em cada uma de minhas fotografias: cada pintura, cada programa de TV, cada filme, cada lugar por onde andei ajudou a construir minha identidade e minha forma de abordar diferentes situações. Desta forma, o post de hoje é dedicado a algumas das incontáveis referências acumuladas ao longo de toda minha jornada e que hoje refletem em meu trabalho. 


Por ser desde sempre uma apaixonada pela História da Arte, diversos artistas plásticos, inconscientemente, influenciam minhas criações, seja nas cores, seja no jogo de luz e sombra, seja no enquadramento. 


Minha obra preferida é a pintura renascentista O Nascimento de Vênus (Botticelli, 1483)

Absolutamente todos os elementos dessa obra são fascinantes aos meus olhos: os tons, o cenário, as vestimentas, os objetos (como as flores e a concha) mas principalmente a aparência suave e delicada da cena retratada. 



A banhista de Valpinçon (Ingres, 1808) por sua vez, me ensinou sobre as formas de trabalhar os tons de pele e a iluminação, de forma a criar uma atmosfera leve, delicada e uniforme, ampliando as chances de obter uma imagem de caráter atemporal. Este tópico, inclusive, merece um post dedicado inteiramente a ele. 



Já a obra Breakfast for three (Charles C. Curran, 1909) é provavelmente a que impulsionou minha paixão pela fotografia lifestyle, que são fotos feitas em casa ou em ambientes intimistas, explorando o dia-a-dia dos personagens de maneira minimamente produzida e dirigida. O artista é reconhecido ainda por retratar mulheres em cenários bucólicos, que é mais um tipo de imagem que amo observar e fazer. 



Outra importante fonte de inspiração são as músicas e videoclipes. Sempre que ouço uma 

música gosto de imaginar em que cenário ela encaixaria bem, e antes de sair para um trabalho na praia, num cenário urbano, num ambiente bucólico ou onde quer que seja, gosto de ouvir músicas que me transportem para cada um destes tipos de ambientes. 


A direção de arte e fotografia de determinados videoclipes também é algo que me encanta, e esta categoria de mídia (juntamente com o cinema, que abordarei a seguir) me inspira bastante em quesitos como storytelling (a arte de contar histórias) enquadramentos e também sobre a mensagem que se deseja transmitir através das imagens (a "vibe", numa linguagem bem jovial). 


Alguns dos meus clipes favoritos são Palo Santo - Short Film (Years & Years, 2018) e Shot At The Night (The Killers, 2013) por utilizarem com maestria o recurso de storytelling, contando uma história com início, meio e fim - ainda que o último seja inconclusivo ou ambíguo. Minhas galerias são entregues com as imagens dispostas na ordem em que foram tiradas, justamente com a finalidade de trazer sentido aos acontecimentos de um evento ou ensaio. 




Island In The Sun (Weezer, 2009). Existe uma emoção muito única em ter familiares e amigos reunidos para celebrar momentos dignos de alegria. Desde o princípio, me dedico a captar esse sentimento, nos olhares, nos abraços, nos sorrisos e em todas as formas de manifestação do amor. 



Elephant Gun (Beirut, 2007). O que dizer desse clipe que tem dança contemporânea (o coração da ex-bailarina fica feliz) mar, emoção, riso, melancolia, tudo e mais um pouco? Fora a música perfeita, que é uma das criações mais lindas que já ouvi, poética e melodicamente falando. 



No cinema, dois filmes me chamaram a atenção logo nas primeiras cenas, pelo trabalho de 

iluminação e das cores para transmitir a mensagem. O Fabuloso destino de Amelie Poulain (2001) que marcou minha pré-adolescência e traz uma edição de imagem mais quente com nuances esverdeadas, como se todo o filme estivesse "coberto por um filtro", além de se utilizar de tomadas mais fechadas, chegando bem próximo da face dos personagens, tudo com o objetivo de nos transportar para o universo interior da protagonista. 



A direção de fotografia do filme Austrália (2008), por outro lado, explora com excelência as tomadas amplas, mostrando o cenário e o horizonte, a fim de exaltar a grandiosidade e beleza do país, além de se valer de tons terrosos que remetem o clima, à vegetação e geografia do local. 



Por fim, eu não poderia deixar de citar a moda, ou melhor, a fotografia de moda encontrada nos editoriais, livros e comerciais. São muitos os fotógrafos que têm me inspirado desde muito cedo, mas, para citar alguns, temos os consagrados retratos em preto e branco de Helmut Newton, Richard Avedon (autor da imagem abaixo) e Peter Lindbergh (por sinal, ouçam o que ele tem a dizer sobre a indústria da edição indiscriminada) e Olivia Malone, com seu conto de fadas moderno, que mais parece uma pintura. Gosto ainda de acompanhar algumas revistas de moda, em especial aquelas que são conhecidas pelo estilo que foge do convencional, como a i-D, a Self Service e a Purple. Este tipo de veículo me ensina sobre identidade visual, ou seja, a capacidade de manter consistência em seu estilo de trabalho, não importa o cenário, o local, o tipo de ensaio ou evento. 



 
 
 

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